Portugueses só entregaram 17% de restos dos medicamentos

Em 2017, os portugueses colaboraram pouco e entregaram apenas 17% das embalagens e restos dos medicamentos. Esta é a conclusão de um estudo divulgado, em comunicado enviado às redações, pela ZERO.

Para chegar a esta conclusão, a Associação analisou os dados disponibilizados pela VALORMED, concluindo que, apesar de se registar um aumento de 8% nos resíduos recolhidos, a maior parte dos portugueses não está a encaminhar corretamente os resíduos das embalagens e restos de medicamentos adquiridos.

Face a estes dados, a ZERO mostra preocupada com “a aposta de sentido único na colaboração voluntária e na sensibilização dos cidadãos” que “não está a produzir os efeitos desejados, já que foram apenas recolhidos cerca de 17% dos resíduos de embalagens e de medicamentos face ao potencial gerado”, pese embora Portugal seja um dos poucos países da União Europeia onde existe uma entidade gestora responsável pelo tratamento destes resíduos.

A Associação Sistema Terrestre Sustentável teme ainda que exista uma alarmante deposição de restos de medicamentos nas redes de drenagem das águas residuais.

A ZERO considera, por isso, que chegou o momento de se repensar o modelo que se encontra excessivamente dependente da colaboração dos cidadãos. Para tal, propõe avaliar a possibilidade de definir uma tara retornável aplicada às embalagens; a criação de uma campanha em 2019 com um incentivo monetário para que os medicamentos fora de prazo sejam entregues nos pontos de recolha; o alargamento imediato dos pontos de recolha às cerca de 1.250 parafarmácias existentes em Portugal e a criação de novos pontos de recolha em instituições locais da economia social.

Mais ainda, “tendo em conta que a VALORMED tem também a seu cargo a gestão dos resíduos de medicamentos de uso veterinário, deverá ser aumentado o controlo da gestão destes medicamentos nas explorações pecuárias por parte das autoridades”, poder ler-se no comunicado.

21-09-2018