Infarmed: Sobe consumo e custo de medicamentos

No ano passado, os portugueses compraram mais 1,4 milhões de embalagens de medicamentos nas farmácias, num total de 157 milhões de caixas.

A maior procura e a disponibilização de fármacos inovadores provocaram um aumento da despesa para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) de 24 milhões de euros, num total de 1213 milhões de euros gastos em comparticipações.

Os utentes pagaram 699 milhões de euros na farmácia, mais dois milhões do que no ano anterior. Os encargos com a diabetes continuam a ser o maior rombo na despesa.

Os dados da monitorização do consumo de medicamentos em meio ambulatório do lnfarmed, relativos a dezembro, permitem uma análise anual comparativa com o ano anterior. Segundo o relatório, os encargos dos utentes sofreram uma oscilação ligeira (0,3%), mas contrariam a descida registada em 2016, ano em que despesa do cidadão na farmácia baixou 1,8%. A subida dos encargos para o SNS em 2017 (2%) também foi superior à do ano anterior (0,6%).

"Os medicamentos para a diabetes, hipertensão e anticoagulantes orais são responsáveis pelo maior volume de encargos ao longo do ano, totalizando 388 milhões de euros (+6,3%)", observa o Infarmed.

Só em antidiabéticos (196 milhões) e insulinas (67 milhões), o Estado gastou 263 milhões de euros, mais 14,5 milhões do que em 2016. A comparticipação dos anticoagulantes orais (diminuem o risco coágulos no sangue) custou ao SNS 113 milhões de euros, mais 21 milhões do que em 2016.

Entre as classes terapêuticas com maiores encargos para o SNS figuram também os antipsicóticos que, apesar do consumo ter diminuído 3,4% face ao ano anterior, assumem um peso idêntico ao das insulinas (67 milhões). O consumo de antidepressores representou uma despesa de 34 milhões de euros, um aumento de 5,2% por comparação com 2016. As substâncias para tratar o colesterol elevado, os analgésicos e os antibióticos também constam entre as mais utilizadas pelos utentes.

O relatório do Infarmed analisa ainda a venda de genéricos nas farmácias. Apesar de a quota de medicamentos genéricos em unidades ter aumentado, a oscilação foi ligeira (subiu de 47,3% em 2016 para 47,5% em 2017) e estará bem abaixo das expectativas do atual Governo que pretende atingir os 60% de quota até ao final da legislatura.

Refira-se que 2017 foi o ano em que as farmácias começaram a receber um apoio de 37 cêntimos por cada embalagem de genéricos vendida com preço igual ou inferior ao quarto mais baixo de cada grupo terapêutico. Mas, para já, o efeito é pouco expressivo.

23-02-2018